Trajetória

5 de agosto de 2011

A natureza das obras de arte


No texto “A arte, sua natureza, sua história”, René Huyghe afirma que a arte é “indispensável ao indivíduo e às sociedades” (1986, p. 11). Ela é parte integrante de um conjunto de registros humanos que representam o avanço da humanidade. Obras de artes são, acima de tudo, testemunhas de uma época e são por elas que, segundo Huyghe “o homem aprende a conhecer-se melhor” (1986, p. 12).

Quando falamos em arte devemos considerar a enorme rede de relações que conectam a diversidade de suas formas de expressão. O ambiente no qual as obras de arte são criadas exerce um importante papel no modo como a mesma se comunica com o mundo. Uma obra de arte, após ser revelada ao mundo, torna-se independente e, uma vez introduzida na sociedade, seu impacto pode ser profundo e imprevisível, permanecendo no tempo e tornando-se referência para futuras gerações.

Huyghe (1986, p. 36) acredita que uma obra de arte, independente do contexto onde se origina, é capaz de refletir e exprimir com exatidão o homem de sua época, permanecendo viva e podendo ser interpretada por outras gerações, ainda que de outra maneira e com outro propósito. A arte mostra-se como um espelho que reflete os desejos e temores da humanidade que, por vezes, são também os sonhos, as perturbações e ideais do artista. Uma obra de arte constitui-se por um conjunto de elementos diversificados que, ao se fundirem, criam uma unidade. Uma obra depende da articulação entre fatores como: realidade exterior, materiais, técnica, possibilidades plásticas da matéria e pensamentos e sentimentos que movem o artista. Tais fatores se reforçam e opõem-se simultaneamente, assegurando o equilíbrio final da obra.

A arte por ser de natureza intrínseca às expressões humanas está comumente relacionada às intenções voluntárias e conscientes como também às impulsões experimentadas e assumidas pelo artista. A técnica e o conjunto das potencialidades plásticas da matéria permitem ao artista dar forma a tudo o que nele se impacienta, transpondo para a sensibilidade o que foi previamente desejado.



Referência:


HUYGHE, René. A arte, sua natureza, sua história. In: HUYGHE, René. Sentido e destino da arte. Vol. I. São Paulo: Edições 70, 1986.


Um comentário:

  1. Bom dia, muitos parabéns por este blog que o descobrir hoje e já o divulguei no meu blog também. Gostei muito, irei segui-lo atentamente.
    Abraço Helena Vilas Boas

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